Perigo na escola
quinta-feira, 10 de março de 2011
Autor de Alice... pedófilo
Em seu livro, “Pedofilia -A inocência ferida e traída”, Milton Rui Fortunato aborda a verdade sobre a obra literária de Lewis Carrol em Alice no País das Maravilhas.
Segundo Fortunato, Carrol seria um dos mais conhecidos pedófilos da história: Lewis Carrol, na verdade pseudônimo de escritor e matemático inglês Charles Dodgson (1832 – 1898).
Conceituado no mundo das letras, encantou milhões de crianças em todo o mundo, ao escrever o também tão famoso livro “Alice no País da Maravilhas”, onde a personagem principal era inspirada em Alice Liddell, uma criança de apenas quatro anos de idade e filha de um grande amigo dele.
Verdadeira paixão obsessiva do escritor.
Poucos observaram que com o sucesso do livro, ele fazia metáforas entre a relação da linguagem e a realidade.
Somente depois de conhecerem a sua doentia paixão pela menina é que muitos condenaram sua obra.
Fonte: Todos contra a pedofilia
Livro com palavrões adotado em escola de MS gera polêmica
Celso Bejarano - TERRA
Direto de Campo Grande
Um livro de 204 páginas produzido por um aluno de 16 anos de idade que cursa o 3º ano do Ensino Médio em uma escola particular de Campo Grande (MS) tem gerado polêmica entre educadores e pais de alunos. A obra, aplicada no projeto didático para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental cuja idade varia de 10 a 11 anos de idade, tem palavras de baixo calão completamente inadequadas para a idade.
A polêmica surgiu nesta terça-feira quando a publicitária Ângela Govea, tia de uma aluna do 6º ano da Escola Olivia Enciso mandou para a imprensa local trechos da obra a qual ela tem tratado como "lixo literário". O livro intitulado Dia 4, de Vithor Torres, contém palavras como "putinha, caralho e biscatinha" e foi incluído pela direção da CNEC (Campanha Nacional de Escolas da Comunidade) na escola pelo projeto "Conhecendo o Autor".
Vithor Torres afirma que o livro lançado em novembro passado reproduziu diálogos de passageiros de um ônibus que seguiu de Campo Grande a São Paulo. O propósito do autor, segundo ele, era reproduzir as conversas dos passageiros, exibir o modo de comunicação das pessoas. "As tevês e a internet bombardeiam com palavrões bem piores do que aparecem em meu livro. Não fiz apologia a nada, apenas reproduzi diálogos", disse o jovem escritor.
A publicitária Ângela Govea disse que em 19 das 204 páginas havia expressões que, segundo ela, seriam impróprias às crianças. Entre outras frases consideradas inadequadas, fazem parte do livro: "Era ou puta semi-aposentada ou cafetina"; "Não era um bebê e sim dois. Eles gritavam, riam e gemiam em coro. Minha vontade era de pegar os dois e dar uma bela duma bica"; "Enquanto passavam pelo meu banco, as putas já estavam fora do ônibus"; "Caraaaaaaaaalho! - Exclamava ao ler a carta"; "Cê fala isso de novo que eu te dou uma porrada".
"Ccomo vocês podem perceber, a linguagem poética do livro é bem profunda, nossas crianças precisam mesmo disso? A meu ver demonstra caráter racista, preconceituoso, com palavras de baixo calão e de pouco (pra não dizer nenhum) teor educativo/cultural. Isso fere os princípios éticos básicos de qualquer instituição de ensino", afirma a publicitária.
Fonte: O educacionista
Direto de Campo Grande
Um livro de 204 páginas produzido por um aluno de 16 anos de idade que cursa o 3º ano do Ensino Médio em uma escola particular de Campo Grande (MS) tem gerado polêmica entre educadores e pais de alunos. A obra, aplicada no projeto didático para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental cuja idade varia de 10 a 11 anos de idade, tem palavras de baixo calão completamente inadequadas para a idade.
A polêmica surgiu nesta terça-feira quando a publicitária Ângela Govea, tia de uma aluna do 6º ano da Escola Olivia Enciso mandou para a imprensa local trechos da obra a qual ela tem tratado como "lixo literário". O livro intitulado Dia 4, de Vithor Torres, contém palavras como "putinha, caralho e biscatinha" e foi incluído pela direção da CNEC (Campanha Nacional de Escolas da Comunidade) na escola pelo projeto "Conhecendo o Autor".
Vithor Torres afirma que o livro lançado em novembro passado reproduziu diálogos de passageiros de um ônibus que seguiu de Campo Grande a São Paulo. O propósito do autor, segundo ele, era reproduzir as conversas dos passageiros, exibir o modo de comunicação das pessoas. "As tevês e a internet bombardeiam com palavrões bem piores do que aparecem em meu livro. Não fiz apologia a nada, apenas reproduzi diálogos", disse o jovem escritor.
A publicitária Ângela Govea disse que em 19 das 204 páginas havia expressões que, segundo ela, seriam impróprias às crianças. Entre outras frases consideradas inadequadas, fazem parte do livro: "Era ou puta semi-aposentada ou cafetina"; "Não era um bebê e sim dois. Eles gritavam, riam e gemiam em coro. Minha vontade era de pegar os dois e dar uma bela duma bica"; "Enquanto passavam pelo meu banco, as putas já estavam fora do ônibus"; "Caraaaaaaaaalho! - Exclamava ao ler a carta"; "Cê fala isso de novo que eu te dou uma porrada".
"Ccomo vocês podem perceber, a linguagem poética do livro é bem profunda, nossas crianças precisam mesmo disso? A meu ver demonstra caráter racista, preconceituoso, com palavras de baixo calão e de pouco (pra não dizer nenhum) teor educativo/cultural. Isso fere os princípios éticos básicos de qualquer instituição de ensino", afirma a publicitária.
Fonte: O educacionista
ZIRALDO: Como usar os negros para criar factoides e voltar a tona
O racismo enrustido de Ziraldo
O cartunista e escritor Ziraldo, o mesmo que, em 1.971, deu início a campanha que levou à destruição da carreira artística e, posteriormente, à morte mesmo, do cantor negro Wilson Simonal, apresentado injustamente e sem qualquer prova como dedo duro da ditadura, voltou a atacar. Decidiu que é de reinventar o conceito de racismo e, lançando mão de sua criatividade gagá, o dividiu em dois: o racismo com ódio e o sem ódio.
O sem ódio, segundo o autor de "O Menino Maluquinho", “não é problema”. Tudo “prá acabar com essa brincadeira de que a gente é racista”, defende-se, sem que até o momento alguém o tivesse acusado.O drama de Simonal e o papel de Ziraldo, Jaguar e companhia é exposto no documentário “Ninguém sabe o duro que dei”, de 2009, dirigido por Cláudio Manoel, Calvito Leal e Micael Langer, que mostra o drama vivido pelo cantor ao ser apresentado como delator de militantes de esquerda, em um tempo em que isso significava a morte sob tortura nas masmorras do regime militar.
Antes do Pasquim estampar a célebre capa com o dedo negro indicador de Simonal apontado, em julho de 1969, o mesmo Pasquim de Ziraldo publicara entrevista de capa sob o título “Não sou racista”, em que o cantor era acuado com perguntas sobre racismo e ridicularizado por comer caviar e ter mordomo.
Agora, ele decidiu conceber e assinar a camiseta do Bloco carnavalesco “Que M* é Essa?!”, que tem por tradição fazer a crítica a escândalos políticos e combater o que chama de patrulhamento nas escolas dos livros de Monteiro Lobato.
O incômodo de Ziraldo ocorre à propósito do parecer do Conselho Nacional de Educação que recomendou ao MEC no ano passado, a exclusão do livro “Caçadas de Pedrinho” do Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), e que, na hipótese de decidir mantê-lo, exija das editoras uma Nota Explicativa sobre o ano e o contexto em que foi escrito – em 1.933, um tempo em que a própria Constituição de 1.934, advogava a higiene racial.
A posição de Lobato e a defesa do Eugenismo presente em toda a sua obra, são notórios. Não menos notórios são o uso e o abuso de estereótipos racistas.
Ziraldo, porém, finge a tudo ignorar e embarcou de corpo e alma na defesa de Lobato, desenhando o escritor abraçado a uma negra, e junto deles "o pau que atiraram nele e o cravo que brigou com a rosa".
O ataque ao politicamente correto do Bloco, sob o lema "É proibido, proibir" é uma gigantesca farsa. O próprio nome do Bloco foi censurado pela Prefeitura do Rio, com a palavra merda sendo transformada no M com asterisco que ilustra a camiseta de Ziraldo.
Até aí a brincadeira parece, embora nada tenha de inocente. Ziraldo, porém, resolveu não apenas carnavalizar o seu racismo enrustido e “boa praça” mas abraçar o papel de ideólogo inventor do "racismo bonzinho", uma espécie de versão ipanemense do racismo brasileiro, cordial, inofensivo, portanto, genoíno produto do mito da democracia racial, que é um dos pilares da exclusão da República de poucos em que vivemos.
Na campanha da destruição de Simonal, Ziraldo justificou-se, sem nenhum pudor, revelando a inveja e o ressentimento pelo sucesso do cantor: “Simonal deu azar de estar em grande evidência na época do maior patrulhamento ideológico. O Pasquim não admitia uma mijada fora do penico. Não quero livrar minha cara, mas tive a felicidade de não ser um dos que caíram matando nele. Era tolo, se achava o rei da cocada preta, coitado. E era mesmo. Era metido, insuportável. Morro de pena, ninguém merecia sofrer o que ele sofreu", afirmou à época do lançamento do filme.
Ziraldo é tolo e se acha, porém, não é inocente.
As professoras Eliena Souza Nascimento da Silva e Suely Santos Santana, em artigo intitulado “A representação do Negro em O Menino Marrom de Ziraldo”, escrito em 1.986, disssecam o racismo "boa praça" do cartunista.
“No caso do Menino Marrom percebe-se que, escapando a idealização proposta na década de 80, o livro apresenta, de maneira sutil, uma visão racista e etnocêntrica, permeada pela criação de estereótipo que vislumbra a depreciação do negro. "[...] o menino cor-de-rosa resolveu perguntar: por que você vem todo o dia ver a velhinha atravessar a rua? E o menino marrom respondeu: Eu quero ver ela ser atropelada" (ZIRALDO, 1986, p.24).
“Aqui, fica claro que o negro, apesar de protagonista, continua sendo associado à marginalização, reforçado pelo estereótipo de que "todo negro é marginal[5]", o que implica dizer que o livro aludido contribui mais para reforçar estereótipos do que para desconstruí-los”, acrescentam as pesquisadoras.
Segundo elas, o livro “apresenta de maneira sutil, uma visão racista e etnocêntrica, permeada pela criação de estereótipo que vislumbra a depreciação do negro. "[...] o menino cor-de-rosa resolveu perguntar: por que você vem todo o dia ver a velhinha atravessar a rua? E o menino marrom respondeu: Eu quero ver ela ser atropelada" (ZIRALDO, 1986, p.24).
Eliene Souza e Sueli Santana também chamam a atenção para o título do livro, em que o menino marrom não se reconhece enquanto negro, o autor de forma sutil passa para o leitor que o menino marrom se aproxima mais do ideal mestiço, arraigado no imaginário social. A "mistura" pregada pelo autor, visa à aproximação do padrão de beleza branca, concluem as pesquisadores.
Alguém precisa dizer para Ziraldo que seus volteios retóricos não escondem o conteúdo do seu racismo enrustido, hipócrita e dissimulado, mas, nem por isso menos letal.
Leia materia completa: ZIRALDO: Como usar os negros para criar factoides e voltar a tona - Portal Geledés
quarta-feira, 9 de março de 2011
Livro infantil faz apologia do aprisionamento de pássaros
por Luciene Cardoso, na ANDA
Desde que comecei a escrever para esta coluna, muitos livros infantis vêm cair em minhas mãos. Tenho na medida do possível analisado os livros para um possível comentário aqui. Dentre esses livros, me deparei com um que me pareceu especial. O que me chamou a atenção em primeiro lugar foi a autora. Trata-se de uma das maiores escritoras de livros infantis que conheço: Tatiana Belinky. Outra coisa que me fez atentar para ele foi a ilustração da capa: uma menina segurando uma gaiola, com um lindo passarinho amarelo dentro dela. Logo imaginei tratar-se de uma crítica às prisões que são impostas aos pobres pássaros privados de seu maior poder: o de voar.
O livro é Stanislau, publicado pela editora Ática, indicado, segundo a editora, para crianças a partir de quatro anos.
Comecei a ler o livro e meu julgamento inicial foi logo se desfazendo. Percebi como a genialidade de uma autora é capaz de envolver uma criança até para embutir nela conceitos errados. A história começa apelando para a vontade de toda criança em ter um bichinho de estimação. A pequena Nica faz aniversário e ganha de sua tia Regina um lindo canário em uma gaiola. Nem precisa dizer que foi o presente de que a menina mais gostou. A partir daí Tatiana Belinky vai descrevendo com muita competência a relação de amizade entre os dois.
A menina trata muito bem seu novo amiguinho, limpa sua gaiola, troca a água do bebedouro, lhe dá vitamina e alpiste. Stanislau, que foi o nome escolhido pela menina, agradece todo esse carinho, cantando e se balançando no poleiro. E assim segue o livro contando como os dois são felizes juntos. Até que um dia uma vizinha implicante dá uma dura na menina dizendo que passarinho não é para ficar preso e que ele foi feito para voar livre. Nesse momento imaginei que o rumo da história mudaria e, enfim, o bom senso prevaleceria. Afinal uma autora que eu admiro tanto não poderia me decepcionar. Mas foi exatamente o que aconteceu. A fala da tal vizinha ficou na cabeça de Nica e ela até pensou que a mulher poderia ter razão. Foi então que o inesperado aconteceu.
Stanislau, em um momento de distração da tutora, escapa da gaiola e tenta sair voando. Desesperada, Nica sai atrás do bichinho, mas ele não consegue voar muito longe e cai no chão. Então a menina que amava seu amiguinho o recolhe, cuida dele e o coloca novamente na gaiola e chega à seguinte conclusão, nas palavras do próprio livro, que vou reproduzir aqui: “A dona Quita pode até estar certa quando diz que é maldade pegar passarinho e trancar na gaiola. Mas com você é diferente, você nasceu e se criou na gaiola: não saberia viver fora dela.” E assim termina o livro com a ilustração do pássaro feliz dentro da gaiola.
Vejam só quantos conceitos errados a respeito dos animais a autora conseguiu passar em um livrinho de 24 páginas. Primeiro, que se pode dar um animal de presente para alguém. Segundo, que esse animal pertence a esse alguém que tem o direito de mantê-lo preso em troca de um bom tratamento. Depois, que uma jaula grande é melhor do que uma jaula vazia. E ainda o conceito de “animais de cativeiro”.
Estes são, infelizmente, conceitos de bem-estarismo tão comuns hoje em dia. Usam-se os mesmos conceitos para explicar às crianças os critérios de criação de gado e outros animais. Ou ainda explicar por que adoramos os cães e matamos as vacas. Afinal as vacas foram feitas para ser alimento e os cães, não. Então nos chocamos com o consumo de cães na China.
Fonte: Arauto da consciência
Polêmica: Livro distribuído pelo MEC narra estupro e assassinato
O Ministério da Educação enviou a escolas públicas do país um livro que narra o sequestro de um casal, o estupro da mulher e o assassinato do rapaz. Onze mil exemplares da obra foram destinados para serem usados como material de apoio a alunos do ensino médio, com idade a partir de 15 anos. O romance, "Teresa, que Esperava as Uvas", integra o programa do governo federal que equipa bibliotecas dos colégios públicos. Há frases como "arriou as calças dela, levantou a blusa e comeu ela duas vezes" e "[Zonha, o criminoso] deu um tiro no olho dele. [...] Ele ficou lá meio pendurado, com um furo na cabeça."
Fonte: Soumaiscoligado
Fonte: Soumaiscoligado
Tin Tin e o racismo em quadrinhos
Tin Tin é o famoso personagem criado em 1929 pelo quadrinista belga Georges Prosper Remi, vulgo Hergé. Sua primeira aparição foi na aventura "Tin Tin no país dos sovietes", em que a personagem tenta publicar um artigo que conte "a verdade" sobre o que ocorre na URSS e é perseguido por agentes da KGB.
Recentemente Tin Tin tornou-se manchete de jornais, sites e blogs mundo afora, em função de sua segunda aventura, Tin Tin no Congo, publicado pela primeira vez em 1930. O motivo? Racismo!
Recentemente Tin Tin tornou-se manchete de jornais, sites e blogs mundo afora, em função de sua segunda aventura, Tin Tin no Congo, publicado pela primeira vez em 1930. O motivo? Racismo!
A organização inglesa Comissão pela Igualdade Racial (Comission for Racial Equality) classificou o livro, publicado em inglês somente em 2005, como racista e solicitou à rede de livrarias Borders que retirasse o álbum de suas estantes. Segundo um dos membros da CRE, "Este livro contém imagens e palavras de terrível preconceito racial, onde os 'nativos selvagens' se parecem com macacos e falam como imbecis". À época, o Congo era uma colônia belga, e o editor do jornal para o qual foi escrita a história solicitou a Hergé, uma aventura que ajudasse a convencer os jovens leitores belgas da validade da colonização do país africano. E lá foi Tin Tin cumprir sua missão, chegando a um país, aonde elefantes falavam muito bem entre si, mas os congoleses não. Nas páginas de Hergé, que nunca saiu da Bélgica, a colonização tornou-se praticamente um favor que os belgas fizeram aos africanos.
Fonte: Molotov
Livro didático com conto erótico causa polêmica
SÃO PAULO - Em Jundiaí, cidade a 65 quilômetros de São Paulo, um livro com um conto erótico distribuído a alunos do ensino médio pela rede estadual de ensino está gerando polêmica. Alguns pais querem que ele seja recolhido das salas de aula. O motivo desse incômodo é um trecho do livro "Os cem melhores contos brasileiros do século", considerado inapropriado para adolescentes. O livro contém textos de autores como Machado de Assis, Clarice Lispector e Mário de Andrade.
Um dos pais pediu até a intervenção do Ministério Público. Gilberto Aparecido da Rosa, pai de duas adolescentes gêmeas de 17 anos decidiu ir ao Ministério Público. depois que as filhas se sentiram incomodadas com o conteúdo do livro. Ele quer o recolhimento do livro. Para ele, um dos contos é inapropriado para os alunos. As adolescentes dizem que ficaram constrangidas por situações criadas na sala de aula com alguns trechos de um conto.
O conto com o título "Obscenidades para uma dona de casa", do escritor Ignácio de Loyola Brandão, conta a história de uma mulher que recebe cartas de um desconhecido. As cartas contam com detalhes momentos de atos sexuais . O problema, segundo os pais são as palavras usadas para descrever esses atos.
Fonte: O Globo
O conto com o título "Obscenidades para uma dona de casa", do escritor Ignácio de Loyola Brandão, conta a história de uma mulher que recebe cartas de um desconhecido. As cartas contam com detalhes momentos de atos sexuais . O problema, segundo os pais são as palavras usadas para descrever esses atos.
Fonte: O Globo
terça-feira, 8 de março de 2011
Alice e Lewis Carroll: Pedofilia?
Com a estréia do filme de Tim Burton Alice no País das Maravilhas, mais uma vez a obra e a vida de Lewis Carroll voltam à tona.Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898), o homem por trás do pseudônimo Lewis Carroll, culto e severo, foi professor de lógica em Oxford; era encantado por meninas, manteve amizade com muitas delas e adorava impressionar suas pequenas amigas com cartas malucas, inventando jogos de palavras, trocadilhos e histórias exóticas. Era também famoso por sua paixão por fotografia. Gostava muito de fotografar suas amiguinhas.
Dentre estas, uma se destacou: Alice Pleasance Liddell, de apenas 9 anos de idade, era a quarta filha do vice-reitor da Universidade de Oxford, Henry George Liddell. Durante uma travessia de barco pelo Rio Tâmisa, Carroll ao perceber que Alice e suas irmãs se chateavam, contou-lhes uma aventura em que a própria Alice era a protagonista, que após seguir um coelho apressado que tinha um relógio, encontra o estranho País das Maravilhas. Para tornar a aventura familiar às ouvintes, ele utilizou elementos do cotidiano delas, como o coelho. Uma boa parte dos episódios da obra foi inventada durante esse passeio.
Assim, a obra mais conhecida de Carroll não surgiu literária, mas de forma oral. A um pedido de Alice, Carroll transformou a história em um manuscrito e a presenteou.
É notório a timidez e a gagueira que marcavam o autor, o que, para muitos biógrafos, resultou em nunca ter se casado. Apesar disso, sempre manifestou afeição por meninas pequenas e não suportava os meninos. Chegou a dizer “Gosto de crianças (exceto meninos)”. Na companhia de suas amiguinhas ele se transformava: abandonava a timidez e se mostrava amável e descontraído.
Esse comportamento de Lewis Carroll foi, e em alguns casos continua a ser até hoje, considerado como indícios de pedofilia.
Fonte: Jornal do Povo
Dentre estas, uma se destacou: Alice Pleasance Liddell, de apenas 9 anos de idade, era a quarta filha do vice-reitor da Universidade de Oxford, Henry George Liddell. Durante uma travessia de barco pelo Rio Tâmisa, Carroll ao perceber que Alice e suas irmãs se chateavam, contou-lhes uma aventura em que a própria Alice era a protagonista, que após seguir um coelho apressado que tinha um relógio, encontra o estranho País das Maravilhas. Para tornar a aventura familiar às ouvintes, ele utilizou elementos do cotidiano delas, como o coelho. Uma boa parte dos episódios da obra foi inventada durante esse passeio.
Assim, a obra mais conhecida de Carroll não surgiu literária, mas de forma oral. A um pedido de Alice, Carroll transformou a história em um manuscrito e a presenteou.
É notório a timidez e a gagueira que marcavam o autor, o que, para muitos biógrafos, resultou em nunca ter se casado. Apesar disso, sempre manifestou afeição por meninas pequenas e não suportava os meninos. Chegou a dizer “Gosto de crianças (exceto meninos)”. Na companhia de suas amiguinhas ele se transformava: abandonava a timidez e se mostrava amável e descontraído.
Esse comportamento de Lewis Carroll foi, e em alguns casos continua a ser até hoje, considerado como indícios de pedofilia.
Fonte: Jornal do Povo
Polêmica faz livro infantil ser recolhido
Recife(PE) - O livro didático "Mamãe, como eu nasci?" ainda estava sendo distribuído entre alunos do terceiro ano do ensino fundamental da rede pública do Recife e já começou a ser recolhido, nesta semana, por iniciativa da Secretaria Municipal de Educação, diante da polêmica que provocou. De autoria de Marcos Ribeiro, premiado pela Academia Brasileira de Letras e referência nacional em educação sexual, o livro chegou a ser considerado “pornográfico” pelo vereador André Ferreira(PMDB), representante da bancada evangélica na Câmara Municipal recifense.
Pais de alunos se mostraram revoltados com a publicação, que fala de forma clara sobre sexo e traz, entre as ilustrações, um menino e uma menina se masturbando – ele em uma banheira e ela defronte da televisão. Com o apoio de vereadores de vários partidos, a Câmara de Vereadores realizará uma audiência pública no dia 12 de maio para debater o assunto. “O livro usa cenas e palavras pesadas, chega a ser constrangedor ler o que está lá”, afirmou Ferreira, que o considera inadequado para crianças. Para ele, cabe aos pais a educação sexual dos filhos. “Quem é a escola para escolher o tempo certo para abordar o assunto?”.
Fonte: O be-a-bá do sertão
Pais de alunos se mostraram revoltados com a publicação, que fala de forma clara sobre sexo e traz, entre as ilustrações, um menino e uma menina se masturbando – ele em uma banheira e ela defronte da televisão. Com o apoio de vereadores de vários partidos, a Câmara de Vereadores realizará uma audiência pública no dia 12 de maio para debater o assunto. “O livro usa cenas e palavras pesadas, chega a ser constrangedor ler o que está lá”, afirmou Ferreira, que o considera inadequado para crianças. Para ele, cabe aos pais a educação sexual dos filhos. “Quem é a escola para escolher o tempo certo para abordar o assunto?”.
Fonte: O be-a-bá do sertão
Algumas considerações sobre Érico Veríssimo e o preconceito racial
Por: Antônio F. de Almeida
Era o consagrado, endeusado e imortalizado (pela Academia), escritor Érico Veríssimo racista?
Vejamos: o escritor, que fez o “Tempo e o Vento” e “Incidente em Antares”, também fazia livros infantis. Recentemente, um deles veio parar em minhas mãos, dado de presente para o meu filho. O livro em questão chama-se “As aventuras do avião vermelho”.
Li o livro e fiquei surpreso ao constatar passagens de profundo conteúdo racista. A estória é uma fábula sobre um menino que ganha um aviãozinho de brinquedo do pai e para viajar nele, acha um meio de diminuir de tamanho. Embarca no avião, acompanhado de um Ursinho Ruivo e de ‘um boneco preto de louça’, ambos ganham vida. Eis um trecho da estória: “Era um negro de beiçola caída e dente arreganhado, parecido com teclado de piano. Fernandinho lhe tinha dado o nome de Chocolate”.
Mais adiante, o consagrado escritor da burguesia continua: “O negro segurou o cacho de bananas e a mala do capitão...”. “O negro já estava comendo uma banana sem pedir licença ao Capitão”.
O que pensar disso? Mais adiante ele (Érico Veríssimo) continua: “Desceram na África, mas foram muito sem sorte. Caíram bem no meio de uma aldeia de selvagens... O chefão - um negro com cara de macaco...”. Continua o idolatrado escritor da burguesia: “Chocolate pensou um pouco. Depois repetiu para Fernando, em língua de gente, o que o chefe negro tinha dito”. Concluímos, obviamente, que para Érico Veríssimo a língua africana não é língua de gente. Destaquei estas passagens, entre outras, para mostrar a minha repugnância para com esse livreto, dito “infantil” e dirigido para crianças pequenas, ainda em formação intelectual.
Fonte: Inverta
segunda-feira, 7 de março de 2011
O racismo de Ziraldo, infeliz herdeiro de Monteiro Lobato
Autor:
Sergio José Dias Num extenso e substancial texto a escritora Ana Maria Gonçalves nos revela as entranhas do pensamento racista de Monteiro Lobato e do seu mais novo herdeiro Ziraldo, autor da camiseta do Bloco Carnavalesco "Que merda é essa" que desfila no bairro de Ipanema, zona sul carioca, região de alta classe média do Rio de Janeiro. Num vídeo em que o link (Que merda é essa?) está no texto abaixo, vê-se que o bloco foi fundado por um grupo com negros frequentadores das praias e bares de Ipanema fazendo exatamente aquela "mistura racial" em que o negro se vê constrangido a ridicularizar-se para ser aceito no grupo como normalmente acontece na democracia racial brasileira.
Fnte: Brasilianas
Estatuto da criança e do adolescente
Da Prevenção Especial
Seção I
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Ana Maria Gonçalves
A mineira Ana Maria Gonçalves abandonou em 2002 a agência de publicidade em que trabalhava em São Paulo e isolou-se na Ilha de Itaparica, na Bahia, onde passou seis meses escrevendo seu primeiro romance, Ao lado e à margem do que sentes por mim, marcado pelo registro intimista. O livro foi publicado de forma independente e vendido pela própria autora pela internet.
Em maio do ano passado, em silêncio, lançou um romance histórico de 952 páginas, o elogiado Um defeito de cor, pela editora Record. Em janeiro deste ano o romance recebeu o prestigioso prêmio Casa de las Américas, escolhido entre 212 concorrentes, em decisão unânime dos jurados.
O livro conta a história de Kehinde, uma senhora africana, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há muito tempo. Ao longo da travessia, ela conta sua vida, pontuada por mortes, estupros e escravidão. Narrado de modo envolvente e pungente, o romance insere no cotidiano e na vida dos personagens fatos históricos como a Revolução Malê, uma rebelião coordenada por escravos mulçumanos na Bahia, em 1835.
A autora prepara seu terceiro romance e mantém o blog “100 meias confissões da Aninha” (http://anamariagoncalves.blogspot.com/).
Fonte: FLIP
Em maio do ano passado, em silêncio, lançou um romance histórico de 952 páginas, o elogiado Um defeito de cor, pela editora Record. Em janeiro deste ano o romance recebeu o prestigioso prêmio Casa de las Américas, escolhido entre 212 concorrentes, em decisão unânime dos jurados.
O livro conta a história de Kehinde, uma senhora africana, cega e à beira da morte, que viaja da África para o Brasil em busca do filho perdido há muito tempo. Ao longo da travessia, ela conta sua vida, pontuada por mortes, estupros e escravidão. Narrado de modo envolvente e pungente, o romance insere no cotidiano e na vida dos personagens fatos históricos como a Revolução Malê, uma rebelião coordenada por escravos mulçumanos na Bahia, em 1835.
A autora prepara seu terceiro romance e mantém o blog “100 meias confissões da Aninha” (http://anamariagoncalves.blogspot.com/).
Fonte: FLIP
Declaração universal dos direitos da criança
Princípio I- A criança desfrutará de todos os direitos enunciados nesta Declaração. Estes direitos serão outorgados a todas as crianças, sem qualquer exceção, distinção ou discriminação por motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de outra natureza, nacionalidade ou origem social, posição econômica, nascimento ou outra codição, seja inerente à própria criança ou à sua família.
Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.
Princípio II
- A criança gozará de proteção especial e disporá de oportunidade e serviços, a serem estabelecidos em lei por outros meios, de modo que possa desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como em condições de liberdade e dignidade. Ao promulgar leis com este fim, a consideração fundamental a que se atenderá será o interesse superior da criança.
Direito a um nome e a uma nacionalidade.
Princípio III
- A criança tem direito, desde o seu nascimento, a um nome e a uma nacionalidade.
Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe.
Princípio IV
- A criança deve gozar dos benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e desenvolver-se em boa saúde; para essa finalidade deverão ser proporcionados, tanto a ela, quanto à sua mãe, cuidados especiais, incluindo-se a alimentação pré e pós-natal. A criança terá direito a desfrutar de alimentação, moradia, lazer e serviços médicos adequados.
Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.
Princípio V
- A criança física ou mentalmente deficiente ou aquela que sofre da algum impedimento social deve receber o tratamento, a educação e os cuidados especiais que requeira o seu caso particular.
Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.
Princípio VI
- A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade; sempre que possível, deverá crescer com o amparo e sob a responsabilidade de seus pais, mas, em qualquer caso, em um ambiente de afeto e segurança moral e material; salvo circunstâncias excepcionais, não se deverá separar a criança de tenra idade de sua mãe. A sociedade e as autoridades públicas terão a obrigação de cuidar especialmente do menor abandonado ou daqueles que careçam de meios adequados de subsistência. Convém que se concedam subsídios governamentais, ou de outra espécie, para a manutenção dos filhos de famílias numerosas.
Direito á educação gratuita e ao lazer infantil.
Princípio VII
- A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma educação que favoreça sua cultura geral e lhe permita - em condições de igualdade de oportunidades - desenvolver suas aptidões e sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e moral. Chegando a ser um membro útil à sociedade.
O interesse superior da criança deverá ser o interesse diretor daqueles que têm a responsabilidade por sua educação e orientação; tal responsabilidade incumbe, em primeira instância, a seus pais.
A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito.
Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes.
Princípio VIII
- A criança deve - em todas as circunstâncias - figurar entre os primeiros a receber proteção e auxílio.
Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho.
Princípio IX
- A criança deve ser protegida contra toda forma de abandono, crueldade e exploração. Não será objeto de nenhum tipo de tráfico.
Não se deverá permitir que a criança trabalhe antes de uma idade mínima adequada; em caso algum será permitido que a criança dedique-se, ou a ela se imponha, qualquer ocupação ou emprego que possa prejudicar sua saúde ou sua educação, ou impedir seu desenvolvimento físico, mental ou moral.
Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
Princípio X
- A criança deve ser protegida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa, ou de qualquer outra índole. Deve ser educada dentro de um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universais e com plena consciência de que deve consagrar suas energias e aptidões ao serviço de seus semelhantes.
Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.
Princípio II
- A criança gozará de proteção especial e disporá de oportunidade e serviços, a serem estabelecidos em lei por outros meios, de modo que possa desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como em condições de liberdade e dignidade. Ao promulgar leis com este fim, a consideração fundamental a que se atenderá será o interesse superior da criança.
Direito a um nome e a uma nacionalidade.
Princípio III
- A criança tem direito, desde o seu nascimento, a um nome e a uma nacionalidade.
Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe.
Princípio IV
- A criança deve gozar dos benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e desenvolver-se em boa saúde; para essa finalidade deverão ser proporcionados, tanto a ela, quanto à sua mãe, cuidados especiais, incluindo-se a alimentação pré e pós-natal. A criança terá direito a desfrutar de alimentação, moradia, lazer e serviços médicos adequados.
Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.
Princípio V
- A criança física ou mentalmente deficiente ou aquela que sofre da algum impedimento social deve receber o tratamento, a educação e os cuidados especiais que requeira o seu caso particular.
Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.
Princípio VI
- A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade; sempre que possível, deverá crescer com o amparo e sob a responsabilidade de seus pais, mas, em qualquer caso, em um ambiente de afeto e segurança moral e material; salvo circunstâncias excepcionais, não se deverá separar a criança de tenra idade de sua mãe. A sociedade e as autoridades públicas terão a obrigação de cuidar especialmente do menor abandonado ou daqueles que careçam de meios adequados de subsistência. Convém que se concedam subsídios governamentais, ou de outra espécie, para a manutenção dos filhos de famílias numerosas.
Direito á educação gratuita e ao lazer infantil.
Princípio VII
- A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma educação que favoreça sua cultura geral e lhe permita - em condições de igualdade de oportunidades - desenvolver suas aptidões e sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e moral. Chegando a ser um membro útil à sociedade.
O interesse superior da criança deverá ser o interesse diretor daqueles que têm a responsabilidade por sua educação e orientação; tal responsabilidade incumbe, em primeira instância, a seus pais.
A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito.
Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes.
Princípio VIII
- A criança deve - em todas as circunstâncias - figurar entre os primeiros a receber proteção e auxílio.
Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho.
Princípio IX
- A criança deve ser protegida contra toda forma de abandono, crueldade e exploração. Não será objeto de nenhum tipo de tráfico.
Não se deverá permitir que a criança trabalhe antes de uma idade mínima adequada; em caso algum será permitido que a criança dedique-se, ou a ela se imponha, qualquer ocupação ou emprego que possa prejudicar sua saúde ou sua educação, ou impedir seu desenvolvimento físico, mental ou moral.
Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
Princípio X
- A criança deve ser protegida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa, ou de qualquer outra índole. Deve ser educada dentro de um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universais e com plena consciência de que deve consagrar suas energias e aptidões ao serviço de seus semelhantes.
domingo, 6 de março de 2011
Preconceito em Aventuras de Xisto
O que vou contar aqui, nunca contei para ninguém. Tenho vergonha de falar sobre o assunto. É um trauma de infância e foi provocado por um livro adotado na escola como LEITURA OBRIGATÓRIA.
Acho que eu estava na quinta ou na sexta série quando a professora MANDOU que nós lêssemos o livro As aventuras de Xisto. É um livro sobre um garoto na Idade Média, com bruxos e bruxas. As bruxas são as vilãs, e são mulheres velhas, corcundas e feias. Como na época da inquisição.
Mas foi uma outra coisa no livro que provocou todo o problema. Os dois personagens principais da história são Xisto e Bruzo. O livro diz que: “jamais iria haver no mundo mais generoso coração, mais lúcida inteligência e mais nobre alma do que a de Xisto!”. Xisto era magro, loiro de olhos azuis, um típico ariano! Já Bruzo “engordou e ficou barrigudo, mas cresceu um pouco. Amigo de Xisto desde a infância, continuou a sê-lo na adolescência. Pena que tivesse raciocínio um tanto confuso”. Enquanto Bruzo é gordo e burro, Xisto é magro e inteligente. E Xisto é loiro. Bruzo é moreno! A autora Lúcia Machado de Almeida aprendeu bem com Lobato como ser racista e eugenista.
Hoje eu consigo olhar para esse livro e até ler, mas durante muito tempo eu passava mal só de olhar para a capa dele. Mas guardei como uma recordação do suplício pelo qual passei e como uma advertência. Claro que ele está escondido. Não iria deixar meus filhos terem contato com esse tipo de livro, cheio de racismo e preconceito contra pessoas acima do peso.
Acontece que quando eu era pequeno, eu já era meio gordinho. Era também moreno. E alguém resolveu me chamar de Bruzo. Me chamavam de Bruzo e diziam que eu era gordo e burro como ele! Eu chorava muito, e não queria ir para a escola, mas minha mãe me obrigava. Eu cheguei a falar para minha mãe sobre o livro, mas ela disse que a professora que tinha mandado ler e que a professora não ia escolher o livro errado. E ir para a escola ia se tornando um suplício cada vez maior, uma tortura. Eu chegava e as crianças já iam gritando: Olha o Bruzo, burro e gordo!
E o pior é que tivemos até que fazer uma prova sobre o livro. Fiquei traumatizado e nunca tive coragem de falar sobre isso com ninguém, mas tenho coragem agora.
Assim como eu, muitas outras crianças acima do peso devem ter sofrido com esse livro e obrigada a ler ele. E o pior de tudo é que ele ainda está aí, em muitas bibliotecas escolares e adotava por professores como leitura obrigatória. Que mal estamos fazendo para nossas crianças! E ninguém faz nada!
sábado, 5 de março de 2011
Monteiro Lobato, Ziraldo e o racismo maluquinho
Um dos mais importantes cartunistas do Brasil, Ziraldo entrou de forma no mínimo atabalhoada na polêmica do suposto racismo de Monteiro Lobato. Por Hugo Souza
No início do ano letivo de 2010 a prefeitura municipal de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, distribuiu para todas as escolas da sua rede municipal de ensino kits contendo, cada um, 107 livros infanto-juvenis: 84 de Monteiro Lobato, o célebre criador do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, e 23 de Ziraldo, ganhador do prêmio internacional Hans Christian Andersen, o “Nobel” da literatura infanto-juvenil. A ação foi muito festejada. Afinal, não é toda criança ou adolescente no país que tem acesso facilitado à obra completa de dois dos principais autores brasileiros do gênero.
Hoje, um ano depois, o orgulho da administração municipal de Campo Grande com sua iniciativa está cada vez mais dando lugar a uma baita saia-justa. Primeiro, a obra de Monteiro Lobato foi colocada sob suspeição após a denúncia de que um livro do autor adotado nas escolas públicas brasileiras desde a década de 1990 contém elementos racistas. Agora, Ziraldo entrou na polêmica de forma no mínimo atabalhoada com um desenho em que ironiza as acusações de racismo dirigidas a Monteiro Lobato e com a explicação controversa que deu para a ilustração.
Fonte: Opinião e notícia
Lewis Carrol e Alice: a pedofilia por trás da obra
Muito em breve o clássico da literatura Universal, Alíce no pais das Maravilhas, estará novamente nos cinemas (adaptada pela milésima vez). Enquanto o longa do diretor Tim Burton não chega as telas, resolvi fazer um breve enxerto de matérias que falam do célebre escritor da obra infanto-juvenil e sobre uma suposta obsessão do escritor Lewis Carrol por menininhas, o que resultou numa série de biografias controversas a vida deste que além de autor das obras Alíce no pais das Maravilhas e Alice no país do espelho fora matemático, lógico e fotógrafo. E que por sinal, adorava fotografar inocentes menininhas de sua época. 'Gosto de crianças (excetos meninos)' - diria ele, em uma de suas frases marcantes. Mas o que torna mais instigante a história de Lewis Carroll envolvendo pedofilia, era que o autor adorava fotografar meninas seminuas (com a autorização da mãe). Poucas destas fotos sobreviveram, ao todo apenas cinco, já que o próprio pedira que após sua morte fossem destruídas ou devolvidas as crianças e aos seus pais. Em 'Pleasures Taken - Performances of Sexuality and Loss in Victorian Photographs', livro da autora Carol Mavor, é possível ser encontrada umas das fotografias fotografadas por Carrol, sua modelo seria a menina Evelyn Hatch completamente nua, tirada em 1878.
Polêmica fotografia de Alice Lindell fotografada por Lewis Carroll
Dúvidas e polêmica a parte, o fato é que as cartas de Lewis Carroll às meninas de quem ele fotografou revelam uma intimidade fora do comum. Em umas destas cartas, queimadas pela mãe da menina que inspirou o autor na sua mais famosa personagem da literatura 'Alice', Carrol se despedia dela com dez milhões de beijos, além de costumar pedir de presente cachos de cabelos para beijar. Há quem diga que o édipo do autor fosse mal resolvido, como explica a psicanalista Phyllis Greenacre, fazendo a analogia de que este poderia projetar nas meninas a imagem da mãe, uma vez que a diferença de idade entre Carrol e sua modelo era quase similar.
Fonte: Imprimir palavras
Carta Aberta ao Ziraldo, por Ana Maria Gonçalves
Caro Ziraldo,
Ironia das ironias, Ziraldo, o nome do livro de onde foi tirado o trecho acima é inspirado em um quadro do pintor suíço Charles Gleyre (1808-1874), Ilusões Perdidas. Porque foi isso que aconteceu. Porque lendo uma matéria sobre o bloco e a sua participação, você assim o endossa : "Para acabar com a polêmica, coloquei o Monteiro Lobato sambando com uma mulata. Ele tem um conto sobre uma neguinha que é uma maravilha. Racismo tem ódio. Racismo sem ódio não é racismo. A ideia é acabar com essa brincadeira de achar que a gente é racista". A gente quem, Ziraldo? Para quem você se (auto) justifica? Quem te disse que racismo sem ódio, mesmo aquele com o "humor negro" de unir uma mulata a quem grande ódio teve por ela e pelo que ela representava, não é racismo? Monteiro Lobato, sempre que se referiu a negros e mulatos, foi com ódio, com desprezo, com a certeza absoluta da própria superioridade, fazendo uso do dom que lhe foi dado e pelo qual é admirado e defendido até hoje. Em uma das cartas que iam e vinham na barca de Gleyre (nem todas estão publicadas no livro, pois a seleção foi feita por Lobato, que as censurou, claro) com seu amigo Godofredo Rangel, Lobato confessou que sabia que a escrita "é um processo indireto de fazer eugenia, e os processos indiretos, no Brasil, 'work' muito mais eficientemente".
Olho a triste figura de Monteiro Lobato abraçado a uma mulata, estampada nas camisetas do bloco carnavalesco carioca "Que merda é essa?" e vejo que foi obra sua. Fiquei curiosa para saber se você conhece a opinião de Lobato sobre os mestiços brasileiros e, de verdade, queria que não. Eu te respeitava, Ziraldo. Esperava que fosse o seu senso de humor falando mais alto do que a ignorância dos fatos, e por breves momentos até me senti vingada. Vingada contra o racismo do eugenista Monteiro Lobato que, em carta ao amigo Godofredo Rangel, desabafou: "(...)Dizem que a mestiçagem liquefaz essa cristalização racial que é o caráter e dá uns produtos instáveis. Isso no moral – e no físico, que feiúra! Num desfile, à tarde, pela horrível Rua Marechal Floriano, da gente que volta para os subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal. Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde. E vão apinhados como sardinhas e há um desastre por dia, metade não tem braço ou não tem perna, ou falta-lhes um dedo, ou mostram uma terrível cicatriz na cara. “Que foi?” “Desastre na Central.” Como consertar essa gente? Como sermos gente, no concerto dos povos? Que problema terríveis o pobre negro da África nos criou aqui, na sua inconsciente vingança!..." (em "A barca de Gleyre". São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1944. p.133).
Ironia das ironias, Ziraldo, o nome do livro de onde foi tirado o trecho acima é inspirado em um quadro do pintor suíço Charles Gleyre (1808-1874), Ilusões Perdidas. Porque foi isso que aconteceu. Porque lendo uma matéria sobre o bloco e a sua participação, você assim o endossa : "Para acabar com a polêmica, coloquei o Monteiro Lobato sambando com uma mulata. Ele tem um conto sobre uma neguinha que é uma maravilha. Racismo tem ódio. Racismo sem ódio não é racismo. A ideia é acabar com essa brincadeira de achar que a gente é racista". A gente quem, Ziraldo? Para quem você se (auto) justifica? Quem te disse que racismo sem ódio, mesmo aquele com o "humor negro" de unir uma mulata a quem grande ódio teve por ela e pelo que ela representava, não é racismo? Monteiro Lobato, sempre que se referiu a negros e mulatos, foi com ódio, com desprezo, com a certeza absoluta da própria superioridade, fazendo uso do dom que lhe foi dado e pelo qual é admirado e defendido até hoje. Em uma das cartas que iam e vinham na barca de Gleyre (nem todas estão publicadas no livro, pois a seleção foi feita por Lobato, que as censurou, claro) com seu amigo Godofredo Rangel, Lobato confessou que sabia que a escrita "é um processo indireto de fazer eugenia, e os processos indiretos, no Brasil, 'work' muito mais eficientemente".
Lobato estava certo. Certíssimo. Até hoje, muitos dos que o leram não vêem nada de errado em seu processo de chamar negro de burro aqui, de fedorento ali, de macaco acolá, de urubu mais além. Porque os processos indiretos, ou seja, sem ódio, fazendo-se passar por gente boa e amiga das crianças e do Brasil, "work" muito bem. Lobato ficou frustradíssimo quando seu "processo" sem ódio, só na inteligência, não funcionou com os norte-americanos, quando ele tentou em vão encontrar editora que publicasse o que considerava ser sua obra prima em favor da eugenia e da eliminação, via esterilização, de todos os negros. Ele falava do livro "O presidente negro ou O choque das raças" que, ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, país daquele povo que odeia negros, como você diz, Ziraldo, foi publicado no Brasil. Primeiro em capítulos no jornal carioca A Manhã, do qual Lobato era colaborador, e logo em seguida em edição da Editora Companhia Nacional, pertencente a Lobato. Tal livro foi dedicado secretamente ao amigo e médico eugenista Renato Kehl, em meio à vasta e duradoura correspondência trocada pelos dois: “Renato, tu és o pai da eugenia no Brasil e a ti devia eu dedicar meu Choque, grito de guerra pró-eugenia. Vejo que errei não te pondo lá no frontispício, mas perdoai a este estropeado amigo. (...) Precisamos lançar, vulgarizar estas idéias. A humanidade precisa de uma coisa só: póda. É como a vinha".
Fonte: O biscoito fino e a massa
sexta-feira, 4 de março de 2011
A representação do negro no livro didático brasileiro de língua materna
O ambiente escolar, bem como em toda a sociedade brasileira, encontra-se repleto de uma realidade em que as diferenças étnico-culturais não são respeitas, ao contrário, são incentivadas, difundindo preconceitos e práticas racistas por todo o país, mostrando um racismo velado. Nesse sentido, os livros didáticos brasileiros de ensino de língua materna são exemplos evidentes dessa situação, em que são encontradas leituras de textos e exercícios que constroem uma inaptidão à criticidade do aluno, levando-o à passividade para ser apenas e tão somente um mero eleitor que vota segundo as autoridades (atrocidades) ideológicas impostas pela “elite” dominante. Dentre um dos representantes desta elite está o professor de língua materna e seu “escudo impenetrável”: o livro didático. Este é justamente o alvo a ser atingido aqui, a partir da análise de como está sendo construída a representação do negro nas escolas brasileiras, principalmente entre os alunos de 5ª a 8ª séries, no livro didático brasileiro de língua materna.
É comum observar-se que algumas categorias são marginalizadas pela sociedade como um todo, em função dos esquemas mentais de conhecimento que a própria sociedade constrói. Pensando especificamente numa dessas parcelas, tem-se a mídia como uma grande divulgadora de informações ao público em geral. Assim, muito do que se constrói como esquema de conhecimento prévio às leituras advém da mídia. É um fato! Dessa forma, muitas das categorias que aparecem em textos do livro didático são efetivamente marginalizadas pelos próprios autores do material, que levam à construção de um sentido unilateral e imposto, tido como certo socialmente. Como ainda não temos uma sociedade escolar (entenda-se o corpo docente, o corpo discente e a família) com massa crítica o suficiente para questionar tais visões, a marginalidade impera constantemente nos materiais didáticos (livros e apostilas), o que leva à construção de uma sociedade que está aumentando o número de leituras, porém, sem qualidade, sem a criticidade necessária para alterar esse estado.
Como exemplo dessa questão, o livro didático Português: leitura e expressão (Márcia Leite e Cristina Bassi, 7ª série, São Paulo, Editora Atual), muito adotado em várias escolas de Maringá-PR e nas regiões Norte e Noroeste do estado, em uma de suas unidades, apresenta a letra da música O meu guri, de Chico Buarque. Destaca-se que a posição das autoras é muito pertinente ao expor um texto social para o trabalho com alunos adolescentes, demonstrando a necessidade de se alterar os paradigmas tradicionais de exposição dos clássicos das literaturas brasileira e portuguesa.
Na análise das ilustrações e atividades que se encontram complementares ao texto de Chico Buarque, evidencia-se a representação do negro, que autoras e ilustrador apresentam como certas. No livro, o texto da letra da música apresenta-se à esquerda, com a ilustração de um menino sem camisas, descalço, correndo no escuro, com uma tarja nos olhos, um bolsa amarela na mão, cabelos despenteados e muito enrolados, demonstrando explicitamente o desenho de um menino negro.
Professor e alunos, conduzidos literalmente pelas leituras do livro didático e por suas interpretações, certamente têm como regra a visão preconizada pelas autoras, isto é, o guri narrado no texto só pode ser um negro ladrão; um negro que assaltou uma pessoa e roubou a bolsa, por isso está correndo. Tudo isto é perfeitamente observado sem ainda se ter lido o texto. É, na verdade, um dos indícios da construção da inaptidão com o trato textual e sua leitura, nos bancos escolares. A observação da ilustração normalmente ocorre antes da leitura do texto. Isto significa que o aluno já é conduzido à leitura com a visão antecipada de que o guri é um negro ladrão. Desperta-se, desta maneira, um esquema mental de conhecimento em que um menino negro correndo, descalço, sem camisas, no escuro, com uma bolsa na mão só pode ser ladrão. Ao se observar a letra da música, nota-se que não há uma única marca lingüística que suporta a representação do guri como sendo negro, muito menos assaltante. Neste ponto, vale salientar que as imagens midiáticas arraigadas na mente do leitor justamente demonstram a visão que se deve ter na leitura de um texto que apresenta indícios de variados sentidos. Segue o texto:
O meu guri
Chico Buarque
Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
e eu não tinha nem nome para lhe dar
Como fui levando não sei lhe explicar
Fui assim levando ele a me levar
e na sua meninice ele um dia me disse
que chegava lá, olha aí!
Olha aí, ai o meu guri, olha aí,
Olha aí, é o meu guri e ele chega.
Chega suado e veloz do batente
E traz sempre um presente para me encabular
Tanta corrente de ouro, seu moço,
Que haja pescoço para enfiar!
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar, olha aí!
Olha aí...
Chega no morro com o carregamento,
pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador.
Rezo até ele chegar cá no alto
essa onda de assalto tá um horror!
Eu consolo ele, ele me consola,
Boto no colo pra ele me ninar,
de repente acordo, olho pro lado
e o danado já foi trabalhar, olha aí!
Olha aí...
Chega estampado, manchete, retrato,
com venda nos olhos, legenda e as iniciais.
Eu não entendo essa gente, seu moço,
fazendo alvoroço demais.
O guri no mato, acho que tá rindo,
acho que tá lindo de papo pro ar.
Desde o começo eu não disse, seu moço?
Ele disse que chegava lá, olha aí
Olha aí...
É notório que outras leituras podem ser levantadas para o texto, não apresentando aí uma representação marginal do negro. Contudo, a ilustração e as atividades que o acompanham levam à construção de um sentido único. Como exemplo, duas atividades são apresentadas com suas respectivas respostas, que convalidam a leitura, retiradas do exemplar do professor:
- Em que circunstâncias se deu o nascimento do guri?
Resposta: Numa época inadequada; a mãe devia ser solteira, pobre, etc.
- Que tipo de atividade o menino encontrou para sustentar a família?
Resposta: A de assaltante.
Fonte: Espaço acadêmico
Fernando Molica: Monteiro Lobato era racista
Rio - É triste dizer, mas Monteiro Lobato, um dos maiores escritores brasileiros, responsável por alguns dos melhores momentos da minha infância, era um racista militante. Como o ‘Informe do Dia’ registrou em 21 de fevereiro, as evidências do racismo explícito de Lobato foram levantadas pela escritora Ana Maria Gonçalves, autora do premiado romance ‘Um Defeito de Cor’ (Record).
Ao saber que o cartunista e escritor Ziraldo desenhara Lobato abraçado a uma mulata de biquíni para a camiseta do bloco Que Merda é Essa?, Ana Maria foi aos arquivos, consultou cartas de Lobato e redigiu uma pedrada em forma de texto. Sua leitura não deixa dúvidas sobre o pensamento racista do criador do ‘Sítio do Picapau Amarelo’. Ele, os documentos comprovam, não se sentiria confortável ao abraçar a mulata da camiseta.
Em carta enviada ao amigo Godofredo Rangel, Lobato chegou a dizer que a miscigenação foi uma vingança dos escravos: “Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível — amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde.” Mulatos e mestiços como quase todos nós fomos chamados de “coisa residual que vem dos subúrbios”. “E no físico, que feiúra!” — completou o escritor, um entusiasta da eugenia, teoria que pregava o aperfeiçoamento da espécie humana pela seleção genética. Para ele, a humanidade precisava de uma poda. “É como a vinha”, escreveu a outro amigo, o médico Renato Kehl.
Ao saber que o cartunista e escritor Ziraldo desenhara Lobato abraçado a uma mulata de biquíni para a camiseta do bloco Que Merda é Essa?, Ana Maria foi aos arquivos, consultou cartas de Lobato e redigiu uma pedrada em forma de texto. Sua leitura não deixa dúvidas sobre o pensamento racista do criador do ‘Sítio do Picapau Amarelo’. Ele, os documentos comprovam, não se sentiria confortável ao abraçar a mulata da camiseta.
Em carta enviada ao amigo Godofredo Rangel, Lobato chegou a dizer que a miscigenação foi uma vingança dos escravos: “Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível — amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde.” Mulatos e mestiços como quase todos nós fomos chamados de “coisa residual que vem dos subúrbios”. “E no físico, que feiúra!” — completou o escritor, um entusiasta da eugenia, teoria que pregava o aperfeiçoamento da espécie humana pela seleção genética. Para ele, a humanidade precisava de uma poda. “É como a vinha”, escreveu a outro amigo, o médico Renato Kehl.
Em outra carta, enviada de Nova York em 1928 para Arthur Neiva, o criador de Narizinho deu outro inacreditável palpite, algo pra lá de infeliz. Lamentou a ausência, no Brasil, de uma Ku Klux Klan, aquela organização de mascarados que comandou linchamentos de negros nos Estados Unidos: “Um dia se fará justiça ao Kux Klan; tivéssemos aí uma defesa dessa ordem, que mantém o negro no seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca — mulatinho fazendo o jogo do galego”, escreveu. Para ele, a mestiçagem do negro destruía “a capacidade construtiva”.
Fonte: O Dia
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